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Caso Real de Sucesso: Como a Recuperação Judicial Conseguiu Reduzir uma Dívida de R$ 27 Milhões em 80%.

  • Foto do escritor: Urias & Campos
    Urias & Campos
  • 23 de set.
  • 2 min de leitura

A legislação brasileira prevê mecanismos de reestruturação que permitem a continuidade de empresas em crise, protegendo a atividade econômica, empregos e a própria função social da empresa. Entre eles, a Recuperação Judicial (RJ), disciplinada pela Lei nº 11.101/2005, ocupa posição central.


Trata-se de um instituto que possibilita que empresas renegociem suas dívidas sob a supervisão do Poder Judiciário, mediante aprovação de um plano de recuperação pelos credores, assegurando um tratamento equilibrado e juridicamente seguro para ambas as partes.


O caso concreto analisado


Em um processo recente conduzido por nosso escritório, foi possível verificar, na prática, como a Recuperação Judicial pode ser determinante para a preservação de empresas em dificuldades financeiras.


O caso envolveu uma empresa do setor logístico, que acumulava dívidas superiores a R$ 27 milhões. A situação comprometia sua operação diária, ameaçava a manutenção de postos de trabalho e colocava em risco a continuidade da prestação de serviços essenciais a seus clientes.


Com o deferimento do processamento da RJ e a apresentação de um plano viável, alcançaram-se resultados expressivos:


  • Redução substancial da dívida (aproximadamente 80% do valor original);


  • Parcelamento do saldo remanescente em até 120 meses;


  • Carência inicial para início dos pagamentos;


  • Suspensão de protestos, execuções e constrições judiciais;


  • Novação das obrigações, com substituição das condições originais por novas regras definidas no plano;


  • Proteção jurídica de coobrigados e fiadores, em determinadas situações previstas pela lei e pelo plano aprovado.


Esse exemplo prático demonstra que, ainda que cada processo tenha suas particularidades, a RJ é capaz de oferecer soluções reais para empresas em situação de crise.


Aspectos jurídicos relevantes


A Recuperação Judicial produz efeitos jurídicos significativos, entre os quais destacam-se:


  • Suspensão das ações e execuções contra a empresa, pelo prazo de 180 dias, prorrogável em hipóteses excepcionais;


  • Novação das dívidas sujeitas ao plano, desde que este seja aprovado em assembleia e homologado judicialmente;


  • Igualdade entre credores da mesma classe, respeitando-se a ordem prevista na lei;


  • Supervisão judicial e do administrador judicial, garantindo transparência e equilíbrio no processo.


Além disso, o instituto busca atender ao princípio da preservação da empresa, previsto no artigo 47 da Lei nº 11.101/2005, que orienta a interpretação e aplicação da norma, privilegiando a continuidade da atividade econômica.


Benefícios socioeconômicos


Mais do que um instrumento de defesa do devedor, a Recuperação Judicial atende ao interesse coletivo:


  • Evita a falência e suas consequências sociais e econômicas;

  • Preserva empregos diretos e indiretos;

  • Mantém a arrecadação tributária e a circulação de riquezas;

  • Protege fornecedores, clientes e a cadeia produtiva como um todo.


Considerações finais


O estudo de caso apresentado evidencia a relevância da Recuperação Judicial como mecanismo de superação de crises empresariais. Embora não exista solução padronizada ou garantia de êxito, a experiência mostra que, com planejamento adequado, fundamentação jurídica consistente e um plano de recuperação viável, é possível alcançar resultados significativos.


Cada situação deve ser analisada individualmente, considerando-se o perfil da empresa, a natureza das dívidas, a posição dos credores e as condições de mercado.


Nosso escritório tem acompanhado de perto a aplicação prática da RJ e seus impactos, reafirmando a importância desse instituto como ferramenta de preservação empresarial e socioeconômica.

 
 
 

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